O futebol sempre foi um esporte de habilidades, estratégias e constante evolução. Os fundamentos do jogo se mantiveram irretocáveis, com onze jogadores para cada lado, mas a parte tática se transformou e mudou muito nas últimas décadas. Desde formações bem estranhas no século 19 até renomadas táticas do futebol moderno, as formações têm um papel bem importante para mostrar como os times atacam, defendem e controlam o jogo.
Conhecer sobre as evoluções das táticas no futebol é importante para qualquer amante do futebol. Assim, você vai compreender como o futebol foi desenvolvido, como grandes treinadores influenciaram em táticas e formações que mudaram a história do futebol com seu estilo de jogo único.
Neste artigo, eu irei te mostrar as maiores mudanças nas formações de futebol. Nós iremos analisar jogos lendários, onde as formações foram cruciais para o resultado final de uma partida, além de discutir sobre a importância de alguns jogadores e treinadores que mudaram o futebol para sempre!
Tabela de Conteúdos
- Evolução das Formações de Futebol: Do Caos à Elite
- O Início no Futebol: Sem Táticas, Apenas Caos (Anos 1800 até 1900)
- Revolução Tática WM (Décadas de 1930 à 1950)
- Formações Defensivas e Catenaccio (Décadas de 1950 à 1970)
- Total Football ou Futebol Total (Décadas de 1970 e 1980)
- Arrigo Sacchi e o Pressing Game (Década de 1990 e 2000)
- A Chegada do Tiki-Taka: FC Barcelona e o Jogo Posicional (Década de 2000)
- Inovações Táticas: Pressão, Falso Nove e Formações (Década de 2010)
- Futuro das Formações de Futebol: O Que Vem Agora?
- O Esporte Que Sempre Está Mudando
- Crie Novas Formações com FootballTeam
O Início no Futebol: Sem Táticas, Apenas Caos (Anos 1800 até 1900)
No início do esporte, as formações praticamente não existiam. O jogo era uma batalha entre os jogadores brigando pela bola, assim como no rugby, com pouco conhecimento tático e noção de posicionamento. Os times eram totalmente ofensivos, onde a maioria era composta de atacantes que iam para o ataque em busca de marcar gols contra seus adversários. Não havia distinção entre os zagueiros, meio campistas e atacantes – todos os jogadores estavam envolvidos tanto no ataque quanto na defesa.
O futebol se tornou mais organizado no final do século 19, então, os primeiros esquemas táticos começaram a surgir. A formação 1-2-7 é uma das formações mais antigas do futebol, mostrando o ataque desenfreado de jogadores. Com apenas um jogador na defesa, dois meio campistas, e sete atacantes que comandavam o time, essa formação priorizava um estilo ofensivo e mais bem planejado do que os outros times na época.
Pirâmide 2-3-5: Primeira Tática Revolucionária
Formação Pirâmide 2-3-5 via Concept Draw
No meio do século de 1800, os times e treinadores estudavam para aperfeiçoar suas táticas. Com esses estudos, uma nova formação foi criada, a em forma de pirâmide 2-3-5, a qual se tornou a formação mais utilizada no início do século 20 e continuou sendo utilizada até meados da década de 1930. A formação pirâmide consistia em:
- Dois Fullbacks (Zagueiros): Jogador próximo ao gol para evitar ataques adversários.
- Três Half Backs (Meio Campistas): Jogador com papel importante para a defesa e o ataque.
- Cinco Forwards (Atacantes e Pontas): Jogador responsável por marcar gols e sobrecarregar a defesa adversária.
Essa tática no futebol foi a primeira a distinguir jogadores de defesa, meio campo e ataque. Foi bem efetivo na época, já que o drible era algo bem usado na época, permitindo ataques mais rápidos. A formação 2-3-5 foi adotada por times e seleções e permaneceu por muito tempo como a tática padrão no futebol.
Influência Escocesa e Primeira Partida Internacional
Pôster promocional para a primeira partida internacional de futebol em 1872 via Wikipedia
Uma das primeiras táticas no futebol veio da Escócia, onde os times desenvolveram um esquema tático organizado e focado na troca de passes. Enquanto times ingleses prezavam por habilidades individuais, os escoceses aderiram a troca de passes curtos, um time bem coordenado e cada um com sua função tática em campo.
Essa evolução tática das seleções foi vista na primeira partida internacional no futebol, entre Inglaterra e Escócia em 1872. A seleção da Escócia jogava com passes bem distribuídos em campo, usando a formação 2-2-6, enquanto a Inglaterra apostava em talento individual. A maneira em que os jogadores escoceses se postaram em campo foi fundamental para a evolução dos esquemas táticos no futebol.
Apesar do seu sucesso, a formação 2-3-5 tinha suas fraquezas. A falta de dedicação de um meio campista defensivo e os grandes espaços deixados entre as linhas, deixavam os times vulneráveis a contra ataques. Os zagueiros centrais sempre ficavam sobrecarregados, já que esperavam que eles defendessem e ainda armassem o jogo como um meio campista ofensivo, além de dar apoio no ataque para os jogadores lá da frente.
Essa fragilidade defensiva, permitia que muitos gols fossem marcados, assim, grandes placares eram comuns. Com o futebol evoluindo e se tornando mais competitivo, os times começaram a se dedicar mais defensivamente enquanto mantinham eficiência no ataque.
Essa percepção levou a primeira grande mudança no futebol – um dos meio campistas ofensivos iriam desempenhar uma nova função em campo, recuando um pouco para equilibrar o time.
Pensamento Tático e Times com Novas Formações
Sistema Catenaccio utilizado pela seleção italiana via Sportskeeda
- Escócia x Inglaterra (1872): Marcou a introdução de passes mais calibrados e um melhor posicionamento, influenciando nos futuros esquemas táticos.
- Seleção Italiana (Décadas de 1920 e 1930): A Itália começou a usar formações mais defensivas, criando o famoso Catenaccio.
- Arsenal (Década de 1920 com o treinador Herbert Chapman): O Arsenal da Inglaterra foi um dos primeiros times do mundo a utilizar a formação 2-3-5, usando um atacante no meio campo.
No início de 1900, os times começaram a perceber que usar uma formação com cinco atacantes não era tão efetivo. Com a introdução de competência posicional, onde cada jogador tinha seu papel em campo, dando os primeiros passos para novas formações no futebol moderno. Os treinadores começaram a usar os jogadores com novos posicionamentos em campo, fazendo com que as escalações se tornassem mais balanceadas com os tempos.
A próxima grande mudança no futebol veio na década de 1930, quando treinadores como Herbert Chapman aderiram a formação 3-2-2-3, a qual era uma formação mais defensiva comparada com as outras que já existiam, levando ao declínio de formações mais antigas.
Revolução Tática WM (Décadas de 1930 à 1950)
Com o futebol evoluindo, novas táticas mais balanceadas também apareceram. No início do século 20, começou a introdução de uma das táticas mais usadas na história do futebol, a formação WM. Esse esquema tático foi desenvolvido por Herbert Chapman, que foi treinador do Arsenal por nove anos.
Com a mudança de impedimento que foi introduzida no ano de 1925, essa tática foi criada. A nova regra estipulava que apenas dois jogadores, ao invés de três, precisavam estar entre o jogador com a bola e a linha de fundo do campo para que acontecesse o impedimento. Essa mudança beneficiou os atacantes, fazendo com que um bom meio campista ofensivo, conseguisse entregar a bola para o atacante entre as linhas de defesa, já que menos defensores estariam cobrindo para evitar o impedimento.
Estátua de Herbert Chapman do lado de fora do Emirates Stadium via Coaches’ Voice
A formação WM (3-2-2-3) foi revolucionária porque introduziu uma configuração mais balanceada dentro de campo entre a defesa e o ataque. Ao invés de contar com diversos atacantes em campo, agora os times estavam mais bem postados, com três defensores, dois meio campistas mais recuados (half-backs) que foram realocados em frente à defesa.
O meio de campo agora possuía dois meio campistas ofensivos que tinham liberdade para jogar em campo, criando uma conexão entre a defesa e o ataque, fazendo com que a bola chegasse com mais facilidade aos atacantes do time. Enquanto isso, os três atacantes estavam mais estabilizados em campo e tinham suas funções definidas, com um centroavante sendo apoiados pelos dois pontas para receber a bola e marcar os gols.
Esse novo esquema tático permitiu que os times fossem mais compactos e bem definidos, com uma boa defesa e um ataque poderoso. A seleção da Inglaterra e vários clubes da Europa e da América do Sul aderiram a esse estilo de jogo, assim como foi com o Arsenal e o Uruguai em suas primeiras participações na Copa do Mundo FIFA.
Herbert Chapman como treinador do Arsenal FC via Arsenal Official Website
Um dos times mais famosos a utilizar a formação WM e obter sucesso com ela foi o Arsenal sob o comando de Chapman, dominando o futebol inglês durante a década de 1930, vencendo por duas vezes a Primeira Divisão, uma FA Cup e três FA Charity Shields. Porém, no futebol internacional, o sistema foi adotado e adaptado por diversos times e seleções.
A seleção italiana foi uma delas. Eles usavam uma variação da WM com ênfase em uma defesa sólida, e como consequência, conquistando duas Copas do Mundo seguidas, nos anos de 1934 e 1938.
Na década de 1950, a formação WM começou a mostrar suas limitações contra times que davam espaço para os meio campistas ofensivos e que tinham formações mais flexíveis durante o jogo, fazendo com que os pontas e atacantes tivessem mais espaços para atuar.
Com um meio campista ofensivo dominando o meio de campo e com uma defesa bem treinada, levou a uma nova era de esquemas táticos, criando um novo capítulo na história do futebol, com formações focadas na posse de bola, mais vulneráveis a contra ataques, mas com uma segurança defensiva aumentada.
Formações Defensivas e Catenaccio (Décadas de 1950 à 1970)
Helenio Herrera, treinador da Inter de Milão e pioneiro do estilo Catenaccio via The Untold Game
Com o futebol evoluindo, os times começaram a priorizar uma organização defensiva e mais estável, ao invés do estilo ofensivo de uns anos atrás. Essa mudança levou a criação de novos esquemas táticos que focaram em uma defesa mais estruturada, como o Catenaccio, um estilo criado pela escola de futebol italiano.
Catenaccio, que traduzido para o inglês fica “door-bolt”, foi uma formação defensiva focada em manter sua estrutura compactada. Os half backs, que eram os meio campistas da época, davam suporte para os zagueiros, neutralizando os adversários, e usando o contra-ataque para marcar gols.
O jogo girava em torno do sweeper, ou líbero, um jogador posicionado atrás da linha defensiva, para dar suporte aos zagueiros e evitar que os adversários marcassem um gol. Com o líbero, era possível neutralizar a pressão dos oponentes e atacar conscientemente, tornando-se um time difícil de ser superado.
Helenio Herrera mostrando suas táticas via Fiifi Anaman
A pessoa mais famosa e conhecida por usar o estilo Catenaccio era Helenio Herrera, o treinador lendário da Inter de Milão na década de 1960. Com o ex-técnico argentino, a Inter dominou o futebol italiano e europeu, conquistando três Serie A, duas Intercontinental Cup e duas European Cups consecutivas, conhecida como UEFA Champions League nos dias atuais, nos anos de 1964 e 1965.
Sua disposição tática em campo era mais defensiva, usando três zagueiros centrais, dois meio campistas defensivos, além de dois alas que atuavam mais recuados. Os meio campistas centrais atuavam quase como zagueiros para manter o time sempre bem organizado.
Copa do Mundo FIFA de 1970 - Seleção Italiana
A seleção brasileira saiu vencedora da Copa do Mundo FIFA de 1970 via Wikipedia
Apesar da sua efetividade, o estilo Catenaccio foi fortemente criticado por focar mais em se defender do que ter um time criativo. Isso ficou evidente na final da Copa do Mundo de 1970, quando a seleção italiana, apesar de ter alcançado a final usando uma variação do estilo Catenaccio, perdeu o jogo por 4-1 para a seleção brasileira, que jogou com um estilo de ataque muito envolvente, com o time fluindo muito bem e dando liberdade para seus jogadores flutuarem em campo.
Esse jogo foi a prova que o Catenaccio tinha suas vulnerabilidades contra times que priorizavam a posse de bola e um ataque ofensivo. No final da década de 70, o estilo Catenaccio começou a perder credibilidade, já que os times estavam focando em se tornar mais balanceados, tanto defensivamente quanto ofensivamente.
Foi aqui que foi criado o Total Football, ou Futebol Total em português, onde focava em jogadores mais livres em campo e com muita versatilidade, iniciando um novo período na transformação de esquemas táticos. Enquanto o estilo de jogo Catenaccio não foi dominante por tanto tempo, sua organização defensiva e estratégia de jogo moldaram algumas ideias do futebol atual.
Total Football ou Futebol Total (Décadas de 1970 e 1980)
Rinus Michels: pai e criador do Total Football via Breaking the Lines
Na década de 1970, uma revolução nos esquemas táticos de futebol estava surgindo na Holanda, ou Países Baixos, como você preferir. Essa revolução começou a modificar a disposição tática em campo dos times, seus posicionamentos e movimentos. Conhecido como Total Football, esse estilo de jogo preferia jogadores com muita versatilidade e um estilo de jogo ofensivo, desafiando os estilos de jogo defensivos como o Catenaccio, além de inspirar futuras gerações do futebol mundial.
O principal objetivo do Total Football, era de que cada jogador estava apto para realizar qualquer papel dentro de campo, desde os zagueiros, meio campistas e atacantes. Para essa competência era necessário jogadores muito habilidosos, com muita inteligência e trabalho em grupo, com os jogadores trocando de posições entre eles durante o jogo.
Rinus Michels, ex-técnico holandês é conhecido como o inventor do Football Total, e ficou mais conhecido ainda ao alcançar a final da Copa do Mundo FIFA em 1974, sendo derrotada pela Alemanha Ocidental por 2-1.
Rinus Michels e Johan Cruyff via Sport 360
O Total Football focava em movimento fluído e mudança de posição entre os jogadores durante o jogo. Com uma formação clássica, a 4-3-3, com os pontas dando amplitude no jogo, os meio campistas comandavam no meio campo, e os zagueiros frequentemente ajudavam os atacantes no campo de ataque.
O principal jogador do sistema era conhecido como sweeper, ou líbero, um defensor que tinha liberdade para apoiar o ataque quando era necessário, enquanto ele ainda podia recuar para ajudar na defesa. Esse papel muito versátil era realizado por um craque do futebol no FC Barcelona, Johan Cruyff, que se tornou um jogador crucial para manter o equilíbrio entre a defesa e o ataque do time catalão.
O sucesso do sistema aconteceu na década de 70, principalmente quando o time holandês alcançou a final da Copa do Mundo de 1974.
Johan Cruyff como jogador do FC Barcelona via Eurosport
Com o sistema bem consolidado, muitos times da Europa começaram a aderir técnicas do Total Football, com o Bayern de Munique e o FC Barcelona sendo os maiores clubes que obtiveram sucesso usando suas estratégias na década de 80.
Durante a década de 80, o Total Football continuou evoluindo, misturando criatividade e liberdade para seus jogadores. Enquanto a seleção holandesa não conquistou nenhum troféu de grande sucesso, esse sistema criado por eles deixou um legado no futebol, influenciando e desenvolvendo muitas táticas no futebol que são vistas até os dias de hoje.
Com essa filosofia, foi criada uma das maiores formações táticas de futebol do mundo, a formação 4-3-3, a qual ainda é usada por grandes times e seleções do mundo inteiro, incluindo o FC Barcelona sob o comando de Pep Guardiola, que usou o estilo Tiki-Taka durante a década de 2000.
Arrigo Sacchi e o Pressing Game (Década de 1990 e 2000)
Arrigo Sacchi como treinador do AC Milan via Sky Sports
O início da década de 1990 começou com uma revolução nas formações de futebol, com um novo estilo de jogo, mais compacto dentro de campo. Essa formação ficou conhecida pela pressão alta, além de ser um time mais unido e compacto, sem grandes espaços em campo.
Um dos treinadores de maior sucesso e que se destacou com esse novo estilo de jogo, já que foi o criador, foi o treinador do AC Milan, Arrigo Sacchi. Com sua filosofia de jogo, ele mudou o estilo de como os times atacavam e defendiam, se tornando um jogo focado na pressão contra o seu adversário, o que até hoje é indispensável na elite do futebol mundial.
Sacchi, focava em construir seus times bem compactos em campo, sem muito espaçamento entre as linhas – uma habilidade desenvolvida para manter os jogadores próximos e bem organizados, especialmente quando o time estava com a posse de bola e estava iniciando suas jogadas desde a defesa até ao ataque.
O AC Milan conquistou a Copa Europeia (UEFA Champions League) na temporada 1989/90 via The Guardian
No final da década de 1980 e início da década de 1990, Arrigo Sacchi revolucionou as táticas do futebol com o AC Milan. Sacchi utilizava a formação 4-4-2, mas essa não era a principal inovação do seu estilo de jogo, mas como os jogadores se posicionavam em campo de um jeito muito preciso. Os zagueiros subiam até o meio campo, pressionando cada vez mais o time adversário. Essa formação criou um time bem compacto em campo e que sufocava seus adversários com seus ataques incessantes.
O clube de Milão e seu treinador dominaram o futebol europeu na década de 1980, conquistando duas Copas Europeias seguidas, que viria a se chamar UEFA Champions League alguns anos depois, em 1989 e 1990. O AC Milan conquistou seu primeiro título da European Cup contra o Steaua Bucaresti, por 4-0. Dois jogadores holandeses foram os homens do jogo, Marco van Basten e Ruud Gullit. O AC Milan conquistou na próxima temporada novamente a Europa, derrotando dessa vez o Benfica, clube português, por 1-0 na final. O gol foi marcado por outro jogador holandês na final, Frank Rijkaard.
Os times de Sacchi jogavam em pressão alta, e sempre aplicava esse futebol sufocante contra os seus adversários. Esse estilo de jogo foi desenvolvido para forçar o seu adversário a cometer erros em setores perigosos dentro de campo e se aproveitar disso para marcar gols.
A influência de Sacchi ultrapassou a barreira da Itália, com times do mundo inteiro adotando esse estilo de jogo, incluindo a seleção italiana de futebol.
O AC Milan conquistou a Copa Europeia (UEFA Champions League) na temporada 1989/90 via AC Milan Official Website
Outro estilo de jogo importante na revolução do futebol foi a continuação do “attacking football”, um futebol ofensivo, com os jogadores bem posicionados em campo e dependendo da genialidade de seus jogadores. Os times que adotavam esse estilo de jogo gostavam de dominar seus adversários e controlar o jogo, mantendo a posse de bola e construindo seus ataques desde a defesa.
Para se ter noção de como os times jogavam compactos, diversas vezes os meio campistas estavam próximos dos pontas e atacantes na parte central do campo, formando um aglomerado de jogadores. Essa estratégia, garantia uma transição rápida entre eles, fazendo com que jogadas se tornassem perigosas em questões de segundos.
Sacchi foi o pioneiro desse estilo de jogo, e que ainda são vistas até os dias de hoje, especialmente o estilo gegenpressing (ou counterpressing em inglês), um estilo de jogo usado por Jürgen Klopp e seus times, ou até mesmo em outros estilos de jogo do futebol atual, que também focam na posse de bola e pressionar seu adversário.
Arrigo Sacchi foi crucial para acelerar o futebol, deixar o jogo mais dinâmico e vistoso, fazendo com que os jogadores não ficassem estáticos em suas posições, sem executar muitas funções na partida, fazendo com que o jogo seja mais bonito de assistir e cheio de criatividade. Na época, o AC Milan foi considerado por muitas pessoas como o time mais divertido de assistir uma partida e que continuou influenciando o futebol até os dias de hoje.
A Chegada do Tiki-Taka: FC Barcelona e o Jogo Posicional (Década de 2000)
Elenco do FC Barcelona na temporada 2008/09 via Vocal Media
O século 21 se tornou um novo capítulo nas evoluções táticas do futebol com o surgimento do Tiki-Taka na Espanha. Iniciado com Frank Rijkaard no FC Barcelona e depois aperfeiçoado por Pep Guardiola, o Tiki-Taka é caracterizado por passes curtos e precisos, mantendo sempre a posse de bola.
A estratégia girava em torno do jogo posicional, em inglês, positional play, focado em otimizar a posição de cada jogador em campo sem a posse de bola, para criar jogadas perigosas e ataques organizados. Com jogadas bem elaboradas e verticais, os jogadores trocavam passes pacientemente até encontrar a oportunidade perfeita de marcar um gol.
Diferente do futebol da década de 1990, o Tiki-Taka priorizava a troca de passes e uma pressão rápida para recuperar a bola logo após perdê-la. Essa estratégia, aliada com jogadores excepcionais, fez com que o FC Barcelona fosse um dos times mais temidos do mundo no início do século.
Elenco do FC Barcelona na temporada 2008/09 via Viking Barça
Com o Pep Guardiola, o Tiki-Taka alcançou o seu auge. Um fato curioso, já que o treinador não gostava de falar que seu time usava o estilo de jogo Tiki-Taka. Influenciado pelos ensinamentos de Johan Cruyff, Guardiola implementou suas ideias e fez o seu FC Barcelona ser um dos melhores times da história do futebol.
O renomado playmaker do time, o espanhol Sergio Busquets era o volante central na formação 4-3-3, e que priorizava passes rápidos e precisos. Uma estratégia chave no Tiki-Taka era a superioridade numérica dos jogadores do Barcelona em campo, principalmente no meio de campo, quando Busquets se unia a dois jogadores sensacionais no meio de campo, Andrés Iniesta e Xavi Hernández.
Ficar com a bola nos pés não era a única característica de Guardiola e seus times. O treinador espanhol gostava de dominar o jogo e ditar o ritmo da partida, fazendo com que seus oponentes quase não vissem a cor da bola. Quando a bola era perdida, eles pressionavam incansavelmente até que eles conseguissem recuperar a posse novamente, sendo sempre um time muito ofensivo e criando muitas chances para marcar um gol.
Iniesta, Messi e Xavi em 2010 via Aesthetic of Design
As conquistas do FC Barcelona nesse período foram sensacionais. O clube catalão conquistou cinco vezes o título da La Liga, dois troféus da Copa del Rey, e dois títulos da UEFA Champions League em 2006 e 2009. O Tiki-Taka não influenciou apenas o FC Barcelona, mas a escola de futebol espanhol foi totalmente modificada, além da seleção espanhola, que adotou um estilo de jogo semelhante e conquistou grandes títulos no século 21. A Espanha conquistou a UEFA Eurocopa em 2008, a Copa do Mundo FIFA em 2010 e novamente a UEFA Eurocopa em 2012.
O sucesso do Tiki-Taka sob o comando de Pep Guardiola era muito mais do que apenas ter a posse de bola – foi uma nova filosofia criada para um time que estava pronto para ser o maior clube do mundo, além de continuar sendo um estilo de jogo utilizado por Pep Guardiola e os times que ele treina, assim como é no Manchester City hoje em dia.
Inovações Táticas: Pressão, Falso Nove e Formações (Década de 2010)
Jürgen Klopp e Pep Guardiola via The Independent
Na década de 2010, mais um capítulo começou a ser escrito na história do futebol, modificando o futebol moderno mais uma vez. Pressão alta, falso nove e formações híbridas se tornaram elementos chaves em como os times jogam no ataque e na defesa. Jurgen Klopp, ex-treinador do Liverpool FC, e Pep Guardiola, atual treinador do Manchester City, implementaram formações e ideias revolucionárias, fazendo com que os times sejam mais adaptáveis e dinâmicos.
A pressão alta, que já era usada nas décadas passadas, continuou a ser vista na década de 2010. Klopp e seu estilo de jogo Gegenpressing, foi uma nova estratégia criada para seu sistema de jogo no Borussia Dortmund e depois no Liverpool FC. Sua estratégia consistia em recuperar a bola rapidamente depois de perder a posse, forçando seus oponentes a cometer erros e criar rápidas transições desde a defesa até o ataque.
Na época, Guardiola popularizou o falso 9 quando treinava o FC Barcelona, usando Lionel Messi no início de sua carreira nessa posição, e também testou Samuel Eto’o como falso nove. Guardiola adaptou outros jogadores na posição, como David Villa e Pedro, dois jogadores espanhóis que fizeram o papel de falso nove na década de 2010. Villa desempenhou um papel muito importante na seleção espanhola, durante os anos de 2008 e 2012, onde a La Roja conquistou seus maiores títulos.
Kevin de Bruyne e Pep Guardiola via CNN
Em 2012, Guardiola deixou o FC Barcelona e se tornou treinador do Bayern de Munique por quase 4 anos. Durante sua época na Alemanha, ele liderou o time para a conquista de três títulos da Bundesliga, mas não conquistou a desejada UEFA Champions League.
Em 2016, Guardiola assinou contrato com o Manchester City e começou a transformar suas formações que ele usava, do tradicional 4-3-3 para um time mais dinâmico, o 4-1-4-1 ou 4-2-3-1. A chave para essa formação funcionar foi Kevin de Bruyne, que permitiu a Guardiola implementar um sistema onde seus jogadores poderiam rotacionar entre eles no meio campo.
Esse estilo de jogo, que se expandia aos atacantes, ainda é evidente no estilo de jogo do clube nos dias atuais, mais de 10 anos depois.
Outro jogador importante para seu estilo de jogo foi um meio campista brasileiro, Fernandinho. Dependendo da posse de bola do clube de Manchester, Fernandinho poderia recuar e jogar como um terceiro zagueiro ou se tivesse com a bola, apoiava os atacantes para construir jogadas.
Antonio Conte conquistou a Premier League na temporada 2016/17 via Eurosport
Na temporada 2016/17, Chelsea contratou Antonio Conte para ser treinador do clube. O treinador italiano conquistou a Premier League assim que chegou, conquistando 30 vitórias em 38 jogos. Conte adotou uma formação diferente, usando o 3-4-3, com apenas três zagueiros atuando na defesa.
Com essa formação, o time conquistou uma solidez defensiva, permitindo que seus alas, Victor Moses e Marcos Alonso, avançassem para o ataque e participassem das jogadas. Essa formação trouxe consistência na defesa, além de produzir ataques velozes com seus pontas, Eden Hazard e Pedro (sim, aquele jogador espanhol que já havia jogado no FC Barcelona de Guardiola).
A inovação na formação, usando os alas Moses e Alonso, continuou sendo uma estratégia chave até os dias atuais para os maiores times do mundo. Um exemplo é o Bayer Leverkusen de Xabi Alonso, que usa Grimaldo e Frimpong como alas em sua formação.
Futuro das Formações de Futebol: O Que Vem Agora?
Xabi Alonso como treinador do Bayer Leverkusen via AP News
A evolução das formações de futebol começou a ser moldada a partir da análise de dados, inteligência artificial, e novas filosofias dos treinadores para as suas equipes. Treinadores e assistentes possuem muita informação para organizar seus times para as partidas, permitindo que os times analisem os sistemas táticos do seu adversário e possam otimizar sua equipe em tempo real. Além disso, os treinadores podem usar novas tecnologias para implementar mudanças mais dinâmicas em suas formações durante o jogo.
A flexibilidade tática vem aumentando e se tornando importante no futebol, com treinadores como Xabi Alonso e Pep Guardiola mudando constantemente as formações durante os jogos. O futuro das formações focará em fluidez posicional, com os jogadores mudando de posição para confundir seus oponentes e explorar espaços dentro de campo.
Impedimento semi-automático durante um jogo via Robotics and Automation Magazine
A tecnologia também está revolucionando a tomada de decisão dentro de uma partida. A IA e as máquinas estão aprendendo a analisar os conteúdos dos jogos e sugerir novas mudanças. Essas tecnologias podem ajudar a rastrear o cansaço dos jogadores, permitindo que os treinadores modifiquem as formações durante o jogo.
O jogo também irá melhorar com as novas regras, como a tecnologia do impedimento semi-automático, que permite acelerar a tomada de decisão se um jogador estiver impedido, além de uma nova regra, a qual aumentou a quantidade de substituições durante um jogo, fazendo com que novas estratégias podem ser usadas durante uma partida de futebol.
Com o futebol evoluindo com o passar dos anos, as formações irão se tornar cada vez mais importantes. Nós com certeza ainda vamos ver grandes mudanças nesse esporte, como jogadores híbridos (jogadores que podem desenvolver diversas funções durante uma partida), estratégias de pressão alta e tecnologias.
O Esporte Que Sempre Está Mudando
Elenco do Real Madrid CF na temporada 2024/25 via Managing Madrid
A evolução constante nas formações táticas e nas tecnologias do futebol, mantém os torcedores e analistas engajados, com as formações que estão surgindo sempre deixando o esporte cada vez mais dinâmico. Todas essas novas estratégias são criadas por jovens treinadores que estão surgindo e o compromisso de jogadores em aprender e executar novas táticas dentro de campo.
Olhando para frente, o futuro das formações de futebol prometem ser gigantescas. Com as tecnologias melhorando e se tornando mais essenciais, as formações serão importantes para jogadores híbridos, permitindo os treinadores adaptarem eles às necessidades de cada jogo.
A evolução das formações de futebol vão ser caracterizadas por adaptabilidade, jogadores híbridos e novas tecnologias, garantindo que uma partida de futebol continue sendo emocionante, dinâmica e cheia de surpresas.
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